Percevejos e formigas entregam a fonte dos plantios de maconha que entram no país
Insetos encontrados dentro de pacotes de maconha poderão se tornar "informantes" policiais, indicando locais de plantio e possíveis rotas de distribuição da droga até os centros consumidores. A possibilidade foi testada por um pesquisador da UnB (Universidade de Brasília), que analisou 52 fragmentos de insetos contidos em 7,5 kg da droga prensada --oriundos de duas apreensões realizadas no Distrito Federal.
Em sua pesquisa de mestrado, o biólogo Marcos Patrício Macedo conseguiu identificar uma espécie de formiga (Cephalotes pusillus) e duas de percevejo (Euschistus heros e Thyanta perditor) nos pacotes da droga.
Ao cruzar os registros de ocorrência dos insetos com o mapa das principais áreas de cultivo de maconha na América do Sul (inclui regiões da Colômbia, da Bolívia, do Paraguai e do Nordeste do Brasil), ele afirma ter descoberto a origem provável da droga até o DF: o Paraguai.
No estudo, o pesquisador, que trabalha como perito da Polícia Civil, diz que as duas espécies de percevejo são pragas de monoculturas (soja, principalmente), mas uma delas não tem registros no Nordeste do Brasil ""o que excluiria o chamado Polígono da Maconha, em Pernambuco, da lista de "suspeitos".
A espécie de formiga, por sua vez, não tem registro de ocorrência na Colômbia.
"Apontar-se-ia a região do Paraguai como origem do material", diz um trecho da pesquisa, que também cogita a possibilidade de a droga ter vindo de Mato Grosso do Sul.
A pesquisa, iniciada em 2008, dependeu do aval da Justiça e, por motivos de segurança, foi realizada dentro do laboratório da Cord (Coordenação de Repressão às Drogas) da Polícia Civil do DF.
"Levei oito meses até conseguir a autorização para pesquisar a droga", disse Macedo em entrevista à UnB.
Ele reconhece que a amostragem utilizada na pesquisa não teria valor como prova única em uma eventual investigação criminal.
"A ausência de registros não implica em não existência da espécie na região. Significa somente a falta de publicações indicando tal ocorrência", afirmou.
Para o pesquisador, é necessário que haja mais pesquisas sobre o tema, em busca de espécies que sirvam como "marcadores de origem geográfica" da droga.
O único trabalho anterior do uso da entomologia (estudo dos insetos) para a investigação do tráfico de drogas, segundo o pesquisador da UnB, foi conduzido em 1986, na Nova Zelândia. Na ocasião, fragmentos de insetos indicaram que uma carga de maconha era proveniente do Sudeste Asiático.
Ao cruzar os registros de ocorrência dos insetos com o mapa das principais áreas de cultivo de maconha na América do Sul (inclui regiões da Colômbia, da Bolívia, do Paraguai e do Nordeste do Brasil), ele afirma ter descoberto a origem provável da droga até o DF: o Paraguai.
No estudo, o pesquisador, que trabalha como perito da Polícia Civil, diz que as duas espécies de percevejo são pragas de monoculturas (soja, principalmente), mas uma delas não tem registros no Nordeste do Brasil ""o que excluiria o chamado Polígono da Maconha, em Pernambuco, da lista de "suspeitos".
A espécie de formiga, por sua vez, não tem registro de ocorrência na Colômbia.
"Apontar-se-ia a região do Paraguai como origem do material", diz um trecho da pesquisa, que também cogita a possibilidade de a droga ter vindo de Mato Grosso do Sul.
A pesquisa, iniciada em 2008, dependeu do aval da Justiça e, por motivos de segurança, foi realizada dentro do laboratório da Cord (Coordenação de Repressão às Drogas) da Polícia Civil do DF.
"Levei oito meses até conseguir a autorização para pesquisar a droga", disse Macedo em entrevista à UnB.
Ele reconhece que a amostragem utilizada na pesquisa não teria valor como prova única em uma eventual investigação criminal.
"A ausência de registros não implica em não existência da espécie na região. Significa somente a falta de publicações indicando tal ocorrência", afirmou.
Para o pesquisador, é necessário que haja mais pesquisas sobre o tema, em busca de espécies que sirvam como "marcadores de origem geográfica" da droga.
O único trabalho anterior do uso da entomologia (estudo dos insetos) para a investigação do tráfico de drogas, segundo o pesquisador da UnB, foi conduzido em 1986, na Nova Zelândia. Na ocasião, fragmentos de insetos indicaram que uma carga de maconha era proveniente do Sudeste Asiático.
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