Maconha medicinal ainda gera polêmica nos EUA
Irvina Booker vive com uma dor constante. Inválida por esclerose múltipla e artrite, é uma avó cuja mobilidade depende de seu andador, sua filha e da maconha.
“Eu nunca havia fumado antes de ficar doente, e não fumo por diversão”, garante Irvina, 59 anos, que mora em Englewood, Nova Jersey. Ela não quis divulgar como consegue a droga, mas diz: “Não quero ficar me escondendo, com medo de que alguém seja preso por comprar para mim”.
Irvina Booker fuma maconha para aliviar suas dores crônicas
“O escritório do governador está trabalhando para que a implementação do programa não seja conflitante com as leis federais e não coloque os funcionários do estado em risco por dirigir este tipo de ação”, afirma Kevin Roberts, porta-voz de Christie.
No último dia 7, Scutari – que é promotor público – e a Assembleia Reed Gusciora, patrocinadora inicial da lei, se encontraram com os conselheiros do governador.
“Eles nos disseram que não estão totalmente certos e que precisam do nosso estímulo”, diz.
O estado nomeou seis organizações não governamentais para cultivar e estocar a erva. Os futuros cultivadores afirmam que, depois que receberem a autorização, ainda precisarão de pelo menos quatro meses para que o cultivo comece a andar.
“Muitas pessoas perguntam quando, como e se nós vamos realmente cultivar, mas não podemos dizer nada”, afirma Ida Umanskaya, diretora do Centro de Compaixão da Folha Verde, que planeja operar em Montclair.
Outra possível cultivadora, a Fundação de Centros de Cuidados Compassivos da América, que operaria em New Brunswick, está “atentamente esperançosa”, segundo o porta-voz do grupo, Raj Mukherji.
Em março deste ano, agentes federais invadiram lugares onde a erva era guardada, em Montana. O fato fez alguns estados se perguntaram sobre a real tolerância do Departamento de Justiça. Contando com Nova Jersey, 16 estados e o distrito de Columbia têm leis que permitem o uso medicinal da maconha.
A governadora democrata Christine Gregoire, de Washington, vetou propostas para modificar o programa estadual do uso medicinal da droga, pois acreditava que algumas pessoas poderiam ficar expostas a processos. Já o governador Lincoln Chafee, de Rhode Island, suspendeu os planos de legalizar a maconha para este uso.
Em 29 de junho, o procurador-geral James Cole enviou um memorando aos promotores, citando um aumento no âmbito do cultivo comercial, da venda, da distribuição e do uso da maconha para uso medicinal. O documento, segundo ele, não tinha o objetivo de atrapalhar a implementação dos programas, cujas projeções de rendimentos giram na casa dos milhões de dólares, baseado no cultivo planejado de milhares de pés de cannabis.
“Eu nunca havia fumado antes de ficar doente, e não fumo por diversão”, garante Irvina, 59 anos, que mora em Englewood, Nova Jersey. Ela não quis divulgar como consegue a droga, mas diz: “Não quero ficar me escondendo, com medo de que alguém seja preso por comprar para mim”.
Assim como diversas pessoas que argumentam que a maconha alivia a dor e a perda de apetite causadas por sérias doenças, Irvina ficou feliz em janeiro de 2010, quando Nova Jersey legalizou o uso da substância em casos como o dela. Mas, um ano e meio depois, a maconha legalizada pelo estado, que estaria disponível para os pacientes, ainda não existe. E não há nenhuma previsão de quando esta situação vai mudar.
A lei de Nova Jersey foi criada para ser a mais rigorosa do país, em reação aos programas da Califórnia e do Colorado, vistas como muito expansivas, e especificou que apenas seis centros serão licenciados. A maconha será restrita a uma lista de pessoas em condições graves como câncer, AIDS e esclerose lateral amiotrófica, ou quando o paciente tem expectativa de vida de menos de um ano.
O texto foi aprovado, apesar da reprovação do atual governador Chris Christie. O então governador Jon Corzine aprovou o projeto em seu último dia no cargo. Christie tentou designar a Univerdade de Rutgers como o único cultivador e os hospitais como únicos distribuidores, mas a instituição de ensino e os hospitais não quiseram participar do projeto. O governador, então, pediu que Legislativo adiasse o início do programa, e foi o que aconteceu.
A espera tem sido frustrante para pacientes como Sandy Fiola, de Asbury Park, diagnosticado com esclerose múltipla e sarcoidose, uma doença inflamatória. Ela sustenta que ninguém a questionou quando ela tomou analgésicos muito mais perigosos, como morfina.
“A maconha me permite diminuir muito o uso da morfina, funciona melhor e me deixa mais lúcida. Espero que o programa saia logo. Está demorando muito”, conclui Sandy, de 54 anos.
Nos últimos meses, agentes do governo de Nova Jersey, assim como em outros estados, disseram que a falta de informações do governo Obama os deixou sem certeza se o uso medicinal da maconha poderia acarretar em processos criminais aos envolvidos, incluindo os funcionários públicos.
O Departamento de Justiça emitiu, no final de junho, um memorando com questões que precisam ser respondidas e o governador Chris Christie ainda não esclareceu como irá tratar este assunto. Mas defensores do uso medicinal da substância afirmam que, pelo menos em Nova Jersey, a lei é estrita o suficiente para não envolver a polícia federal. Eles também acreditam que o verdadeiro objetivo do governador é bloquear o programa.
“Não precisa ser o Sherlock Holmes para perceber isso. Ele já usou todas as táticas possíveis para atrasar e dificultar o cumprimento desta lei”, critica o senador Nicholas Scutari, do Partido Democrata.
O governador Christie, do Partido Republicano, e seus assistentes insistem que o atraso tem sido uma tentativa de fazer com que o programa funcione corretamente.
A lei de Nova Jersey foi criada para ser a mais rigorosa do país, em reação aos programas da Califórnia e do Colorado, vistas como muito expansivas, e especificou que apenas seis centros serão licenciados. A maconha será restrita a uma lista de pessoas em condições graves como câncer, AIDS e esclerose lateral amiotrófica, ou quando o paciente tem expectativa de vida de menos de um ano.
O texto foi aprovado, apesar da reprovação do atual governador Chris Christie. O então governador Jon Corzine aprovou o projeto em seu último dia no cargo. Christie tentou designar a Univerdade de Rutgers como o único cultivador e os hospitais como únicos distribuidores, mas a instituição de ensino e os hospitais não quiseram participar do projeto. O governador, então, pediu que Legislativo adiasse o início do programa, e foi o que aconteceu.
A espera tem sido frustrante para pacientes como Sandy Fiola, de Asbury Park, diagnosticado com esclerose múltipla e sarcoidose, uma doença inflamatória. Ela sustenta que ninguém a questionou quando ela tomou analgésicos muito mais perigosos, como morfina.
“A maconha me permite diminuir muito o uso da morfina, funciona melhor e me deixa mais lúcida. Espero que o programa saia logo. Está demorando muito”, conclui Sandy, de 54 anos.
Nos últimos meses, agentes do governo de Nova Jersey, assim como em outros estados, disseram que a falta de informações do governo Obama os deixou sem certeza se o uso medicinal da maconha poderia acarretar em processos criminais aos envolvidos, incluindo os funcionários públicos.
O Departamento de Justiça emitiu, no final de junho, um memorando com questões que precisam ser respondidas e o governador Chris Christie ainda não esclareceu como irá tratar este assunto. Mas defensores do uso medicinal da substância afirmam que, pelo menos em Nova Jersey, a lei é estrita o suficiente para não envolver a polícia federal. Eles também acreditam que o verdadeiro objetivo do governador é bloquear o programa.
“Não precisa ser o Sherlock Holmes para perceber isso. Ele já usou todas as táticas possíveis para atrasar e dificultar o cumprimento desta lei”, critica o senador Nicholas Scutari, do Partido Democrata.
O governador Christie, do Partido Republicano, e seus assistentes insistem que o atraso tem sido uma tentativa de fazer com que o programa funcione corretamente.
“O escritório do governador está trabalhando para que a implementação do programa não seja conflitante com as leis federais e não coloque os funcionários do estado em risco por dirigir este tipo de ação”, afirma Kevin Roberts, porta-voz de Christie.
No último dia 7, Scutari – que é promotor público – e a Assembleia Reed Gusciora, patrocinadora inicial da lei, se encontraram com os conselheiros do governador.
“Eles nos disseram que não estão totalmente certos e que precisam do nosso estímulo”, diz.
O estado nomeou seis organizações não governamentais para cultivar e estocar a erva. Os futuros cultivadores afirmam que, depois que receberem a autorização, ainda precisarão de pelo menos quatro meses para que o cultivo comece a andar.
“Muitas pessoas perguntam quando, como e se nós vamos realmente cultivar, mas não podemos dizer nada”, afirma Ida Umanskaya, diretora do Centro de Compaixão da Folha Verde, que planeja operar em Montclair.
Outra possível cultivadora, a Fundação de Centros de Cuidados Compassivos da América, que operaria em New Brunswick, está “atentamente esperançosa”, segundo o porta-voz do grupo, Raj Mukherji.
Em março deste ano, agentes federais invadiram lugares onde a erva era guardada, em Montana. O fato fez alguns estados se perguntaram sobre a real tolerância do Departamento de Justiça. Contando com Nova Jersey, 16 estados e o distrito de Columbia têm leis que permitem o uso medicinal da maconha.
A governadora democrata Christine Gregoire, de Washington, vetou propostas para modificar o programa estadual do uso medicinal da droga, pois acreditava que algumas pessoas poderiam ficar expostas a processos. Já o governador Lincoln Chafee, de Rhode Island, suspendeu os planos de legalizar a maconha para este uso.
Em 29 de junho, o procurador-geral James Cole enviou um memorando aos promotores, citando um aumento no âmbito do cultivo comercial, da venda, da distribuição e do uso da maconha para uso medicinal. O documento, segundo ele, não tinha o objetivo de atrapalhar a implementação dos programas, cujas projeções de rendimentos giram na casa dos milhões de dólares, baseado no cultivo planejado de milhares de pés de cannabis.
Fonte: The New York Times
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